terça-feira, 29 de maio de 2012


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Para o bem de todos e o desenvolvimento do Rio, o IED fica


Parece que, finalmente, vai se encerrar o impasse quanto à instalação e o funcionamento do IED, o Istituto Europeo di Design, no prédio que já abrigou o Cassino e Balneário da Urca (até a segunda metade dos anos 1940) e a Televisão Tupi (entre 1951 e 1980). Sem uso por mais de duas décadas, o local foi concedido para a instalação da entidade, porém o projeto foi prejudicado pela Associação de Moradores da Urca (AMOUR) e também pela Câmara Municipal, que impediu em 2009 a transformação do imóvel.

Agora, a solução chega por meio do funcionamento, no antigo Cassino, apenas do Centro Latino Americano de Pesquisa e Desenvolvimento, com a ida dos cursos de graduação de Arquitetura e Design para o campus (ou 'morrus', segundo um meu contemporâneo de Colégio Zaccaria, em virtude de a localização ser sobre um penhasco) da Universidade Santa Úrsula, em Botafogo. Recentemente, após um período de crise, a USU iniciou um processo de reestruturação, visando a resgatar a sua presença no ambiente educacional do Rio de Janeiro.

O principal argumento para se impedir a ida do IED para o prédio, que restou abandonado com a cassação da TV Tupi, teria sido a inexistência de Relatório de Impacto de Vizinhança, que poderia apontar grande interferência no adensamento populacional e na mobilidade da região, considerando-se o afluxo previsto pela realização das atividades da instituição num bairro eminentemente residencial, dotado de infraestrutura viária acanhada e despreparada para essa demanda. Na época, por pressão da AMOUR, os vereadores derrubaram, por unanimidade, o veto do então Prefeito Cesar Maia à Lei 1.552/2007, que tomba a construção e estabelece restrições de uso para o imóvel.

Teria sido mais fácil na ocasião que a Câmara, ela sim legítima representante dos cidadãos cariocas, de todos os bairros, mantivesse diálogo com o Executivo, de modo que, em conjunto, se pudesse chegar a uma solução que fosse benéfica não somente para a Urca mas também para o Rio de Janeiro como um todo. Afinal, não era possível compreender como vereadores e moradores presumivelmente sensatos poderiam se opor à chegada de um organismo de alto nível para ocupar um espaço em longa e progressiva decadência. Ou será que interessava a alguém - e o distinto público não sabia - manter a degradação do Cassino e, por extensão, da própria Urca?

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